Câmara de Valparaíso Antecipou Recesso Parlamentar Após Operação do MPGO: Polêmica e Críticas Marcam Decisão

Câmara de Valparaíso Antecipou Recesso Parlamentar Após Operação do MPGO: Polêmica e Críticas Marcam Decisão

Repercussão da Operação Má Influência abala o Legislativo municipal; decisão do presidente Alceu Gomes levanta questionamentos sobre transparência e democracia.

A Câmara Municipal de Valparaíso de Goiás foi palco de controvérsia nesta semana após a antecipação inesperada do recesso parlamentar. A medida ocorreu poucos dias após a deflagração da Operação Má Influência, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que apura denúncias de corrupção e falta de transparência.

O presidente da Câmara, Alceu Gomes (UB), que está entre os investigados, decidiu adiantar o encerramento das atividades legislativas, originalmente previsto para 15 de dezembro. A decisão foi tomada em uma reunião restrita, sem consulta formal a todos os vereadores, segundo relatos.

A Operação Má Influência e a Reação no Legislativo

A operação do MPGO envolveu buscas na Câmara Municipal e nas residências de Alceu Gomes e dois ex-presidentes da Casa. De acordo com o vereador Tião da Padaria (MDB), documentos importantes relacionados às denúncias foram apreendidos.

Tião revelou que, antes da reunião oficial convocada para as 16h, um encontro reservado ocorreu entre o presidente, o vice-presidente e sete vereadores. Durante essa reunião, decidiu-se encerrar antecipadamente as sessões legislativas do ano.

“Não houve justificativa plausível para essa decisão. Projetos importantes ficaram pendentes, como a aprovação da ata da última sessão. Nós, vereadores Cláudia Aguiar (PSDB), Zequinha (PL) e eu, nos posicionamos contra essa medida arbitrária”, afirmou Tião.

Durante entrevista ao Jornal Opção Entorno, Tião relatou que a falta de diálogo marcou o processo. “Enquanto eu atendia uma ligação no plenário, Alceu entrou aos gritos, afirmando que não haveria mais sessões. É uma falta de respeito com os vereadores e com a população”, desabafou.

Outro ponto levantado foi a falta de energia elétrica na Câmara no dia da reunião, o que prejudicou o andamento dos trabalhos. Tião sugere que a situação pode ter sido intencional.

Impacto na Democracia e Repercussão Popular

A antecipação do recesso foi criticada como uma afronta à democracia. “O Legislativo é a voz do povo. Encerrar os trabalhos dessa forma trágica desrespeita os servidores e a comunidade”, pontuou Tião.

O parlamentar também pediu o afastamento de Alceu Gomes para que o vice-presidente conclua o ano legislativo. “A Justiça precisa agir para garantir o funcionamento correto da Casa”, destacou.

Tião reforçou seu compromisso com a comunidade e defendeu a convocação de uma sessão extraordinária para concluir os projetos pendentes. “Meu gabinete segue funcionando normalmente. O Legislativo deve trabalhar até o último dia. A população merece respostas e seriedade”, afirmou.

A reportagem tentou contato com Alceu Gomes e outros vereadores citados, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para manifestações.

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