Carroceiros de Valparaíso denunciam “arbitrariedade” de vereador contra cavalos soltos nas ruas

Carroceiros de Valparaíso denunciam “arbitrariedade” de vereador contra cavalos soltos nas ruas

O vereador Ricardo Viana (PDT) tem gerado revolta entre os carroceiros de Valparaíso com sua promessa de, juntamente com a prefeitura e a Secretaria de Meio Ambiente, retirar todos os animais de grande porte das ruas – em especial, os cavalos. Em vídeo divulgado recentemente em seu Instagram, Viana afirmou que, a partir de 5 de maio, a administração local passará a recolher os cavalos, medida que muitos consideram arbitrária e desconectada da realidade dos trabalhadores que dependem desses animais para seu sustento.

Segundo Tiago Belmiro de Souza, um dos carroceiros, a proposta ignora a necessidade de soluções adequadas para os donos que, em sua maioria, não dispõem de terrenos para abrigar os animais à noite. “Estão fazendo algo arbitrário, sem ouvir as pessoas. Em vez de ameaçar recolher os cavalos, a prefeitura deveria nos ajudar a construir currais para proteger nossos animais”, reclamou Tiago, que destacou que cerca de 100 pessoas na cidade vivem de atividades ligadas aos cavalos, seja com o transporte ou na compra e venda.

 

Embora os proprietários afirmem que os animais são bem alimentados com verduras doadas por supermercados, há preocupação com os maus-tratos, argumento que também seria apontado por Viana para justificar a medida. Contudo, Aristides Ferreira (Tid), defensor da cultura dos cavalos na cidade, relembrou a existência da Lei Municipal nº 035, de março de 1997, que já prevê a criação de espaços comunitários para o repouso dos animais e responsabiliza cada dono. Tid ressaltou que, enquanto o governador Ibaneis Rocha, na Região Administrativa de Santa Maria (DF), cedeu dois terrenos para esse fim, a prefeitura de Valparaíso ainda não adotou essa solução.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do vereador Ricardo Viana para esclarecimentos sobre seu projeto e as denúncias dos carroceiros, mas não obteve resposta. O espaço para manifestação do parlamentar permanece aberto.

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