Luziânia, no Entorno do DF, viu há exatos 15 anos a inauguração do Residencial Itália — duas torres de 24 pavimentos erguidas ao lado da prefeitura e batizadas de Gênova e Veneza. Anunciado em 2007 e lançado em 2010 com a promessa de apartamentos de alto padrão e shopping no térreo, o projeto causou controvérsia entre moradores, ambientalistas e comerciantes. Hoje o conjunto faz parte da paisagem local, ainda sem concorrentes de mesma altura.
Do protesto à convivência
Quando a construtora revelou o empreendimento, entidades locais temiam impacto no trânsito e no casario histórico do bairro Rosário. Reportagem do Correio Braziliense chamou as torres de “polêmicas e revolucionárias”. Mesmo assim, as obras avançaram e, desde 2010, abrigam cerca de 300 famílias. Apartamentos de 110 m² valem hoje em torno de R$ 600 mil.
No térreo funciona o Luziânia Shopping, voltado a serviços e lazer para famílias. O fluxo, porém, é modesto: jovens costumam preferir o Shopping Sul, em Valparaíso, ou o ParkShopping, no Guará (DF).
Cenário imobiliário estagnado
Apesar do sucesso comercial inicial, nenhum novo arranha-céu voltou a ser planejado no centro. Corretores atribuem o hiato à oferta limitada de terrenos adequados, custo elevado de construção e preferência do mercado local por condomínios horizontais.
“As torres mudaram o gabarito da cidade, mas não criaram tendência. Foi um empreendimento-símbolo”, avalia o urbanista João Vieira, professor da UEG.
Desafios no entorno
Dois lotes vazios ao redor permanecem sem pavimentação nem cercamento, situação que a prefeitura promete resolver com projeto de urbanização previsto para 2026.
Linha do tempo
Ano | Marco |
---|---|
2007 | Construtora anuncia o Residencial Itália; surge debate sobre impacto urbano. |
2008 | Licenças ambientais concedidas após audiência pública. |
2010 | Entrega das torres Gênova e Veneza e do Luziânia Shopping. |
2015 | Últimas unidades residenciais são vendidas; ocupação atinge 95 %. |
2025 | Conjunto completa 15 anos, consolidado como ponto de referência da cidade. |
Perspectivas
Sem novos projetos verticais no horizonte, a meta do governo municipal é revitalizar o entorno imediato e integrar o complexo ao circuito turístico do centro histórico, que inclui o bairro Rosário e a Praça da Matriz.