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Novo visual de Anitta reacende debate sobre padronização estética das celebridades

O novo contorno facial de Anitta ganhou atenção nas redes sociais pela semelhança com Ludmilla e reacendeu o debate sobre uniformidade estética entre figuras públicas. Traços como nariz fino, olhos puxados, boca volumosa e maxilar marcado vêm se tornando tão recorrentes que parecem parte de um “checklist” de procedimentos faciais.

Para o cirurgião plástico Luiz Haroldo Pereira, intervenções no rosto são as que mais transformam a aparência e podem apagar características únicas. Segundo ele, um ajuste no nariz ou um preenchimento excessivo na face pode descaracterizar a personalidade do paciente.

Pereira avalia que Anitta possivelmente fez preenchimento nas maçãs do rosto, rinomodelação e pálpebras, o que teria alterado todo o contorno facial. “A afiliação dela mudou demais. Não sei se foi desejo da artista ou execução do profissional, mas a face inteira ficou diferente”, afirma.

Embora não haja confirmação de que Anitta usou Ludmilla como modelo, isso não é incomum. Pacientes chegam com fotos de celebridades desejando o mesmo resultado, e cirurgiões sem ética podem ceder a pedidos que distorcem a harmonia facial.

O médico também aponta que a busca por padrão estético entre celebridades e influenciadores cria uma onda de procedimentos exagerados. “Emocionalmente, as pessoas nunca estão satisfeitas e tentam se projetar em outras figuras importantes”, explica.

A padronização estética se intensificou durante a pandemia de covid-19. Em 2020, Flayslane, Flávia Pavanelli e Gabi Prado popularizaram rinoplastia e “foxy eyes” nas redes sociais, gerando aumento de 78% nas buscas por rinoplastia e de 1.250% por olhos de raposa no Brasil.

O fenômeno também alcança homens famosos. DJ Alok, o ex-BBB Lucas Gallina e Carlinhos Maia recorreram a preenchimentos para definir maxilar, modelar nariz e alongar o queixo, evidenciando que o desejo por rostos padronizados não tem gênero.

Os procedimentos mais comuns envolvem ácido hialurônico para volume facial e rinoplastia ou rinomodelação para refinar o nariz. Técnicas de “olhos de raposa” usam fios absorvíveis para levantar os músculos ao redor das pálpebras. Preços variam conforme a região e reputação do profissional, com dermatologistas, dentistas e esteticistas à frente dos atendimentos.

As irmãs Kardashian e Jenner são apontadas como referências do “rosto de influenciadora”, misturando traços étnicos como olhos puxados, lábios grossos e nariz arrebitado. Para a cirurgiã Cintia Benedicto Zandoná e a dermatologista Simone Neri, a internet difundiu globalmente esses padrões de beleza locais.

Segundo o relatório da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), o Brasil lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, com 3.123.758 procedimentos em 2024. Destes, 75% foram cirurgias — principalmente olhos e nariz — e 25% não cirúrgicos, como aplicação de toxina botulínica.

O fenômeno reflete uma busca constante por ideais de beleza padronizados, impulsionada pela exposição digital de celebridades e influenciadores. Especialistas alertam para o risco de frustração emocional e perda de identidade estética em nome de um “padrão” que muda conforme as tendências online.

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