Em meio às celebrações do Dia da Independência, a Ucrânia lançou neste domingo (24) uma série de ataques com drones contra alvos estratégicos na Rússia, incluindo a Usina Nuclear de Kursk, onde um dos equipamentos foi abatido e explodiu ao cair, provocando um incêndio. A administração da usina informou que as chamas foram controladas, sem vítimas ou alteração nos níveis de radiação.
O ataque ocorre em um momento de frustração com o impasse nas negociações de paz. Tentativas diplomáticas recentes, como a proposta de mediação por parte do presidente dos EUA, Donald Trump, não avançaram. Moscou descartou qualquer encontro imediato entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Além da usina, drones atingiram o porto de Ust-Luga, no Golfo da Finlândia, onde um terminal de combustíveis da Novatek foi incendiado. A Rússia também relatou a derrubada de drones em São Petersburgo e outras regiões distantes da linha de frente.
A Ucrânia tem intensificado o uso de drones como estratégia militar, especialmente contra infraestrutura energética russa. Desde o início desses ataques, os preços de combustíveis na Rússia dispararam. Na madrugada de domingo, a Rússia respondeu com um ataque envolvendo um míssil balístico e 72 drones kamikaze iranianos Shahed; 48 foram derrubados, segundo a força aérea ucraniana. Uma mulher de 47 anos morreu na região de Dnipropetrovsk.
Em discurso, Zelensky afirmou que os ataques refletem a resistência ucraniana diante da falta de avanços diplomáticos. “A Ucrânia não é vítima; é um lutador”, declarou. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, participou das comemorações em Kiev e defendeu uma paz justa e duradoura.
O conflito, que já dura três anos e meio, permanece estagnado, com a Rússia controlando cerca de 20% do território ucraniano. A guerra já deixou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, enquanto os apelos por cessar-fogo seguem ignorados por Moscou.