O Hamas libertou nesta segunda‑feira (13) os últimos 20 reféns israelenses vivos mantidos em Gaza, marco da primeira fase do acordo de cessar‑fogo mediado pelos Estados Unidos que aponta para o fim de mais de 700 dias de conflito na Faixa de Gaza. Os liberados, em sua maioria jovens e todos homens, retornaram a Israel pela manhã e foram recebidos por familiares entre celebrações em várias cidades.
Paralelamente, cerca de 1.968 prisioneiros palestinos foram libertados em operações que ocorreram simultaneamente na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, como parte do mesmo pacto. Das 48 pessoas que ainda estavam retidas pelo Hamas, Israel afirma que 28 morreram; o grupo informou que devolveria nesta segunda os corpos de quatro reféns, mas o paradeiro e a entrega dos demais restos mortais seguem sem cronograma definido. O ministro da Defesa israelense classificou como insuficiente a devolução parcial dos corpos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, presente no Parlamento israelense, definiu o dia como “histórico” e reivindicou papel central nas negociações; sua presença em cerimônia de assinatura do acordo no Egito busca consolidar as próximas etapas de implementação. A cúpula em Sharm El‑Sheikh reunirá mais de 20 líderes, entre eles chefes de Estado do Qatar, Turquia, Egito, Reino Unido e França, para tratar da consolidação do cessar‑fogo, da supervisão internacional em Gaza e das fases seguintes do plano.
O acordo prevê a redução dos bombardeios e o recuo gradual das tropas israelenses, que já reduziram sua presença no território de 75% para 53%, segundo autoridades; a segunda fase inclui negociações sobre retirada adicional, entrada de ajuda humanitária sem interferências e a criação de um conselho internacional de supervisão. Pontos sensíveis, como o desarmamento do Hamas e a transição administrativa em Gaza, permanecem em aberto e podem influenciar a estabilidade do pacto nas etapas futuras.
Familiares celebraram a chegada dos reféns e grupos que mantinham vigília em Tel Aviv comemoraram o término do cativeiro; ao mesmo tempo, o governo israelense iniciou a libertação dos prisioneiros palestinos previstos no acordo, incluindo condenados à prisão perpétua, gerando reação e debate político interno sobre segurança e justiça. Uma cerimônia oficial no Egito deve formalizar as assinaturas e definir cronogramas para a implementação dos termos acordados.