A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a segunda fase da Operação Magna Fraus para desarticular grupo suspeito de desviar R$ 813 milhões por meio de fraudes envolvendo contas usadas por bancos e instituições de pagamento para transferências PIX. Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 26 mandados de prisão — 19 preventivas e 7 temporárias — em Goiás e outros estados.
As medidas judiciais incluíram bloqueio de bens e valores de até R$ 640 milhões e ocorreram em Goiânia, Brasília (DF), Itajaí (SC), Balneário Camboriú (SC), São Paulo (SP), Praia Grande (SP), Belo Horizonte (MG), Betim (MG), Uberlândia (MG), João Pessoa (PB) e Camaçari (BA). Em Goiânia foram 25 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão; cinco detenções já haviam sido efetuadas pela manhã.
A investigação apura os crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, com apoio do Cyber Gaeco do Ministério Público de São Paulo. Parte dos investigados está no exterior e a ação contou com cooperação da Interpol, da Brigada Central de Fraudes Informáticos da Espanha e de autoridades da Argentina e de Portugal.
Segundo a PF, integrantes do grupo chegaram a se reunir em hotel em Brasília e alguns fretaram um jatinho para tentar fugir à Argentina. Entre os bens apreendidos estão carros de luxo, armas, munições, joias, relógios e bolsas. A fraude, ocorrida em julho e considerada uma das maiores contra o sistema financeiro brasileiro, afetou oito bancos; os valores desviados eram convertidos em criptoativos e depois usados para aquisição de bens na tentativa de ocultar a origem ilícita.