A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia esteve em foco durante a última Sessão Ordinária da semana, com a presença do Deputado Estadual Paulo Cezar Martins, que trouxe à discussão seu Projeto de Lei que visa alterar o nome da cidade de Aparecida de Goiânia para simplesmente “Aparecida”.
O Presidente André Fortaleza, ao dar início aos debates, elogiou a iniciativa do Deputado em participar ativamente das discussões na Câmara, destacando que a proposta pode trazer significativas mudanças para a vida dos cidadãos.
O Deputado explicou que a ideia teve origem em conversas com o falecido ex-prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, quando ainda estava no início de sua jornada política e tinha intenção de concorrer à prefeitura. Nesse período, ele, sendo visto como um “forasteiro”, teve discussões a respeito da imagem da cidade.
Paulo Cezar relatou que, durante essa época, Maguito expressou a visão de que Aparecida de Goiânia já era uma cidade desenvolvida por si só, e que não deveria ser mais apenas um local ligado à Goiânia.
Consequentemente, durante o final do mandato de Maguito como prefeito, houve um convite para apresentar um Projeto de Lei para alterar o nome da cidade. Contudo, essa mudança necessitava de aprovação na Assembleia Legislativa, não na Câmara Municipal, e o projeto não pôde ser discutido naquele momento.
Agora, revisitando a proposta, o Deputado trouxe uma nova versão, desta vez incluindo a realização de um plebiscito para que a população possa decidir se a cidade permanecerá vinculada à capital ou adotará o nome “Aparecida”. Embora o plebiscito não seja compulsório para a mudança, Paulo Cezar reforçou que a decisão final caberá à sociedade aparecidense.
“Os cidadãos de Aparecida serão os verdadeiros protagonistas dessa mudança”, ressaltou o proponente, destacando que o próprio prédio da Prefeitura já ostenta apenas o nome “Aparecida” em sua fachada.
O Deputado também compartilhou que, embora tenha recebido críticas em relação à proposta, pois ele é natural de Quirinópolis, o que o move é o bem-estar da cidade. Ele se mostrou aberto a dialogar com todas as partes envolvidas, visando a decisão que melhor atenda às necessidades da sociedade.
Dando espaço para os vereadores, Gleison Flávio iniciou afirmando que o Deputado representa todos os municípios do Estado, portanto, está apto a debater questões ligadas a Aparecida de Goiânia.
Na sequência, o vereador Willian Panda concordou que Maguito Vilela teve papel crucial e viu o ex-prefeito defendendo a mudança durante discursos públicos.
Panda também trouxe à tona que, nos primórdios da atual Aparecida de Goiânia, quando ainda era um povoado, seu nome já era “Aparecida”, antes de passar por alterações por questões políticas.
Apoiando a mudança, o vereador enfatizou que a cidade evoluiu, tornando-se industrial e mais desenvolvida, e, portanto, não precisa mais se manter atrelada à capital.
O líder do prefeito, vereador Isaac Martins, destacou a inclusão do plebiscito no Projeto, elogiando a decisão de envolver a população. Porém, embora considere importante ouvir os cidadãos, ele mesmo se opôs à mudança.
Martins também apontou que alterações de documentos e estatutos podem resultar em custos adicionais. Panda esclareceu que, em tais circunstâncias, as mudanças são implementadas gradualmente e afetam principalmente novas licenças e documentos. Cartórios também ajustam nomes sem custo para os indivíduos.
Os vereadores Marcos Miranda e Camila Rosa destacaram a importância de deixar a decisão nas mãos da população.
Por outro lado, o vereador Roberto Chaveiro, referindo-se a aspectos históricos, manifestou-se contra a mudança.
O vereador Hans Miller concordou que o termo “Aparecida” já é amplamente utilizado localmente, mas questionou se essa alteração poderia criar complicações em outras regiões, particularmente no sudeste, onde “Aparecida” frequentemente remete à cidade de Aparecida do Norte.
Também contra a alteração, o vereador Elio Bom Sucesso ponderou sobre a necessidade da mudança e como ela poderia afetar a identidade da cidade. O vereador Arnaldo Leite compartilhou uma visão semelhante, alegando que não considera a mudança essencial.
Contexto
No ano anterior, o Deputado Paulo Cezar Martins apresentou o Projeto de Lei Nº 1950/22 na Assembleia Legislativa de Goiás, buscando alterar o nome do município de Aparecida de Goiânia, originalmente estabelecido pela Lei nº 4.927, de 14 de novembro de 1963, para apenas “Aparecida”.
No projeto, o parlamentar relembra que o povoado que culminou no município de Aparecida de Goiânia emergiu em maio de 1922, através de uma doação de terras feita por fazendeiros à Igreja Católica, abrangendo o território do município de Pouso Alto, atualmente conhecido como Piracanjuba. Nesse contexto, a área territorial cresceu e se transformou em uma vila e, subsequentemente, em um distrito, passando por várias denominações, como Aparecida, Vila Aparecida de Goiás, Distrito de Goialândia e Distrito de Aparecida. Contudo, com a emancipação política em novembro de 1963, o nome passou a ser: Aparecida de Goiânia.
O texto também destaca a importância de realizar um plebiscito com a população antes de aprovar tal mudança.