O debate sobre um imposto global sobre a riqueza, impulsionado por Thomas Piketty em seu livro “O Capital no Século 21”, ganhou destaque há uma década. No entanto, nos últimos anos, essa ideia tem enfrentado oposição política.
Nos Estados Unidos, um plano para tributar investimentos de pessoas ricas enfrenta desafios no Congresso. No Reino Unido, o Partido Trabalhista abandonou sua promessa de impostos neste ano, e a França descontinuou seu imposto sobre a riqueza em 2018, substituindo-o por um imposto imobiliário.
Críticos, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, destacaram exemplos em que impostos sobre riqueza resultaram em uma fuga de bilionários para outros países, como a Noruega.
Embora os governos tenham se expandido em várias áreas, os impostos sobre fortunas frequentemente se chocaram com a política e, quando implementados, muitas vezes foram evitados e cheios de exclusões que reduziam as receitas fiscais.
No entanto, à medida que os governos enfrentam a realidade de uma população envelhecida e uma redução nas receitas fiscais, economistas e ativistas acreditam que a ideia do imposto sobre a riqueza, que é amplamente apoiada pelo público, ressurgirá.
Keith Wade, economista da Schroders, sugere que, dado o ambiente de altos impostos em muitas economias, novos impostos sobre terras ou riqueza em geral podem entrar na agenda.
Países como Espanha, Venezuela, Argentina, Bolívia e Colômbia já adotaram ou intensificaram impostos sobre a riqueza. Thomas Piketty acredita que o imposto sobre a riqueza voltará em países como a França, pois a população espera que os mais ricos contribuam equitativamente para financiar áreas como educação, saúde e meio ambiente.
No entanto, Arun Advani, um defensor de impostos, reconhece as dificuldades em aprovar tais impostos, pois frequentemente os interesses dos mais ricos exercem influência sobre políticos e jornalistas.