Tamilys Ferreira da Silva: 14 anos de buscas e incertezas após desaparecer ao sair de casa para ajudar a mãe em Alexânia
Em 12 de janeiro de 2010, a jovem Tamilys Ferreira da Silva, de apenas 11 anos, desapareceu em Alexânia, região do Entorno do Distrito Federal, após sair de casa para ajudar a mãe no trabalho como babá. Hoje, após 14 anos, a família ainda busca respostas e mantém viva a esperança de reencontrá-la.
O Desaparecimento
Naquele fatídico dia, Tamilys acordou e informou ao pai que iria ao local de trabalho da mãe para auxiliá-la em suas tarefas. A menina, conhecida por sua pontualidade, partiu e nunca mais foi vista. Desde então, a ausência de notícias sobre o seu paradeiro tem sido um tormento constante para sua família. “Espero por ela todos os dias, fico olhando para ver se ela volta”, desabafa a mãe, Valdivina Ferreira, que ainda nutre esperança de rever a filha.
Primeiras Ações e Investigação
No mesmo dia do desaparecimento, a família iniciou uma busca desesperada. Agnaldo Marinho da Silva, pai de Tamilys, refez várias vezes o percurso entre sua casa e o local de trabalho da esposa, sem encontrar nenhum sinal da filha. Apesar da orientação errônea recebida na delegacia local, a família não cessou as buscas, mobilizando vizinhos e distribuindo cartazes.
A Polícia Civil de Goiás começou a investigar o caso apenas 24 horas após o desaparecimento. Um homem foi preso sob suspeita de sequestro, mas acabou sendo libertado por falta de provas materiais. O então delegado Antônio Carlos Silveira mencionou à época que o caso poderia estar relacionado a uma quadrilha de exploração sexual infantil, mas as investigações não avançaram significativamente.
Desafios e Fragilidades
O desaparecimento de Tamilys revela falhas sistêmicas na abordagem dos casos de pessoas desaparecidas. A legislação brasileira, que prevê a investigação imediata, foi ignorada, atrasando o início das buscas. Além disso, a falta de dados detalhados sobre desaparecimentos anteriores a 2017 dificulta a análise e a implementação de políticas públicas eficientes.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, adolescentes entre 12 e 17 anos são os mais vulneráveis a desaparecimentos no Brasil. Em Goiás, essa faixa etária representou 27% dos casos entre 2019 e 2021. A fragilidade nos registros, muitas vezes sem descrições detalhadas, prejudica as investigações e o desenvolvimento de estratégias de prevenção.
Esperança e Continuação das Buscas
Apesar das adversidades, Valdivina Ferreira não perdeu a esperança. “Para mim, ela está viva em algum lugar”, afirma, emocionada. A mãe acredita que Tamilys, hoje com 24 anos, possa estar vivendo em outra região do país e mantém a fé no reencontro.
A Polícia Civil de Goiás continua monitorando o caso e mantém um banco de dados de DNA para identificação de corpos ou ossadas que possam surgir. Uma projeção de como Tamilys poderia estar atualmente foi realizada pelas autoridades, ajudando a manter o caso vivo na memória coletiva.
Apoio e Comunidade
A comunidade também pode ajudar nas buscas. Informações sobre Tamilys ou outras pessoas desaparecidas podem ser repassadas anonimamente à Polícia Civil pelos números 197, (62) 3201-4826 ou (62) 3201-4834. Cada informação é crucial para avançar nas investigações.
A história de Tamilys é um exemplo doloroso da luta contínua de famílias em busca de seus entes desaparecidos e evidencia a necessidade de melhorias no sistema de registro e investigação de desaparecimentos no Brasil. A luta da família Ferreira da Silva continua, alimentada pela esperança e pelo desejo de justiça.
