Polícia Prende Suspeitos de Desviar R$ 39 Milhões com Sites Falsos de Doação para Vítimas da Enchente no RS

Polícia Prende Suspeitos de Desviar R$ 39 Milhões com Sites Falsos de Doação para Vítimas da Enchente no RS

Operação realizada em Goiás e São Paulo desmantela esquema fraudulento que enganou doadores com páginas falsas de arrecadação

Em uma operação conjunta realizada na quarta-feira (19), a Polícia Civil prendeu dois suspeitos em Goiás, acusados de criar sites falsos de doação para vítimas da enchente no Rio Grande do Sul (RS) e desviar mais de R$ 39 milhões. As prisões envolveram um jovem de 20 anos e uma mulher de 46 anos. Um adolescente de 16 anos, filho da mulher, também foi alvo de busca e apreensão por suspeita de participar do esquema. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Detalhes da Operação

A operação cumpriu dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão em Goiás e São Paulo. A primeira prisão ocorreu em Goiânia, onde o jovem foi identificado como um dos principais responsáveis pelos estelionatos, movimentando mais de R$ 36 milhões em transações suspeitas. A segunda prisão aconteceu em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal (DF), onde a mulher, suspeita de ser sócia de uma empresa de pagamentos que facilitava o desvio e lavagem dos valores, foi detida. Ela teria movimentado cerca de R$ 3 milhões.

O Esquema

Segundo o delegado João Vitor Herédia, do Departamento Estadual de Investigações Criminais do Rio Grande do Sul (Deic), o grupo criava sites que simulavam páginas oficiais do Governo do RS, com alertas sobre o desastre e chamadas para doações. Os usuários eram redirecionados para uma página falsa de arrecadação por QR Code, que em vez de realizar a doação, transferia o dinheiro para a empresa dos golpistas, simulando uma compra virtual.

Central do Crime

A polícia identificou os suspeitos a partir da primeira fase da operação, realizada em 15 de maio, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, contra um adolescente de 16 anos. Ele morava em um apartamento de luxo em Balneário Camboriú, que funcionava como uma “central” para aplicar golpes na internet. No local, foram apreendidos aparelhos eletrônicos e outras provas da participação dos suspeitos na fraude.

Desdobramentos

As páginas fraudulentas foram retiradas do ar e todas as contas bancárias vinculadas aos CPFs e CNPJs dos investigados foram bloqueadas. “Todos os alvos operacionalizavam esses sites falsos, acessando, fazendo movimentações financeiras e hospedando os sites, trabalhando em conjunto para a prática desses golpes”, explicou o delegado Herédia.

A operação continua e a polícia busca aprofundar as investigações para identificar outros possíveis envolvidos e recuperar os valores desviados.

Com o desenrolar das investigações, as autoridades esperam trazer à justiça todos os responsáveis por este golpe, que se aproveitou de uma situação de calamidade para enriquecer ilicitamente.

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