A Coligação Liberta Luziânia, que apoiou a candidatura da professora Ana Lúcia (PSDB) na eleição municipal, acionou a Justiça após obter um áudio atribuído a Divonei Oliveira de Souza, ex-secretário de Governo de Luziânia e atual auxiliar na prefeitura. O material, divulgado pelo portal Metrópoles, aponta para um suposto esquema de rachadinha durante a pré-campanha e a campanha de 2024, envolvendo servidores e pré-candidatos.
Funcionária Orientada a Atuar em Comitê
No áudio, uma mulher relata ter sido nomeada para a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, mas orientada a trabalhar exclusivamente em um comitê partidário do Democracia Cristã (DC). Ela afirma nunca ter atuado efetivamente na pasta, atendendo a supostas instruções de permanecer integralmente no local de campanha.
Como contrapartida, parte do salário de R$ 4 mil seria destinada a custear despesas do comitê, pagar um funcionário informal e repassar o restante ao presidente municipal do DC, João Carlos Dadalte Júnior, ficando para ela apenas R$ 800. A mesma funcionária relata ter buscado orientação jurídica após constatar irregularidades e menciona que Divonei teria afirmado que negaria conhecê-la, em caso de denúncia.
Empréstimo Consignado e Ameaças
Ainda de acordo com a denúncia, a funcionária era responsável por um empréstimo consignado, supostamente realizado em benefício de Dadalte. Ao tentar se desvincular do esquema, ela diz ter recebido ameaças. A situação chegou ao conhecimento da Coligação Liberta Luziânia, que solicitou investigação judicial. Entre as queixas, também consta o uso de móveis pertencentes à prefeitura no diretório do DC — prática vedada pela legislação eleitoral.
Uma decisão de busca e apreensão chegou a ser emitida para o local que, segundo as denúncias, serviria de base para o suposto esquema.
Prefeito Nega Conhecimento
Em nota ao portal Mais Goiás, o prefeito Diego Sorgatto (União Brasil) negou ter recebido qualquer carta da funcionária e disse desconhecer o caso até sua divulgação na imprensa.
“O que percebi é que parece ser um possível acordo entre um ex-servidor e uma ex-servidora da prefeitura em relação a salário, mas eu não tenho ciência disso. E se existir algum processo que eu ainda não sei, também obviamente vou estar à disposição para esclarecer.”
Os demais citados não foram localizados pela reportagem, mas o espaço permanece aberto para eventuais manifestações. A ação judicial segue em andamento, e, caso as suspeitas sejam confirmadas, os envolvidos poderão responder por desvio de recursos públicos e abuso de poder durante o período eleitoral.