Empresária presa por vender remédios para emagrecer gerenciava grupo com 2 mil pessoas, afirma Polícia Civil
Ana Paula Ferreira e o marido são investigados por comercializar medicamentos irregulares; vítimas relataram efeitos colaterais graves
A empresária Ana Paula Ferreira, presa durante a “Operação Placebo”, é suspeita de liderar a venda de medicamentos irregulares para emagrecimento por meio de redes sociais e de um grupo com cerca de 2 mil integrantes na internet. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Goiás, que também divulgou a identidade da empresária e de seu marido, Geovanny Magalhães Ferreira, para auxiliar na identificação de novas vítimas.
Segundo as investigações, diversos consumidores relataram efeitos adversos após o uso dos produtos. Um dos casos mais graves resultou na internação de uma mulher com complicações gastrointestinais severas.
“A divulgação dos nomes, imagens dos investigados e dos produtos comercializados tem como objetivo alertar a população, evitar novos casos e reunir mais provas com base no depoimento de possíveis vítimas”, informou a Polícia Civil em nota.
Ana Paula se autodenominava “Rainha do Emagrecimento” e promovia os medicamentos como naturais e eficazes. Em vídeos publicados em suas redes sociais, ela exibia cápsulas, mostrava supostos resultados de clientes com comparações de “antes e depois” e alegava ter desenvolvido um protocolo exclusivo para perda de peso.
Em uma das postagens, Ana Paula afirmava ter engordado propositalmente para demonstrar a eficácia do produto.
“Eu ganhei 26 quilos em dois meses e meio e emagreci 30 em dois meses. Só tem coragem de engordar quem sabe o que vende. A prova está aí”, declarou em um dos vídeos.
Durante a ação policial, um laboratório clandestino foi descoberto e interditado dentro da residência do casal, em Goiânia. O espaço funcionava sem qualquer autorização da Vigilância Sanitária e era o centro de produção dos medicamentos.
Outro agravante apontado nas investigações foi a exposição indevida da filha do casal, uma criança autista, em publicações promocionais dos produtos.
Ana Paula Ferreira e Geovanny Magalhães Ferreira seguem presos e são investigados por crimes como falsificação, corrupção, adulteração e alteração de produtos terapêuticos ou medicinais.
A defesa dos acusados ainda não foi localizada até a última atualização desta reportagem.