Em carta enviada ao presidente Lula nesta quarta-feira (9), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto, acusou o governo brasileiro de uma “vergonha internacional” no julgamento de Jair Bolsonaro e qualificou o processo como uma “caça às bruxas”.
No mesmo dia, em evento na Casa Branca, Trump já havia afirmado que “o Brasil não tem sido bom conosco” e antecipado que novas tarifas seriam aplicadas a parceiros comerciais. A notificação formal detalha que a alta nas alíquotas visa corrigir o que ele classificou de “injustas barreiras tarifárias e não tarifárias” praticadas pelo Brasil. Trump ainda ofereceu facilidades para empresas brasileiras que decidam produzir nos EUA, com aprovação rápida de licenças.
Na segunda-feira (7), em sua rede social Truth Social, o ex-presidente norte-americano saiu em defesa de Bolsonaro, argumentando que “o único julgamento que deveria ocorrer é o julgamento pelas urnas”. Trump prometeu acompanhar de perto o processo de “lawfare” contra o ex-presidente e seus apoiadores no Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro, declarado inelegível em 2023, classificou a nota de Trump como um gesto de “amizade” e uma defesa contra o que chamou de “aberração jurídica”. O presidente Lula reagiu em nota, afirmando que o Brasil é “um país soberano” e que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”.
Na terça-feira (8), Trump voltou a falar do Brasil, anunciando em entrevista que integrantes do BRICS seriam alvos de tarifas de 10%. Ele também ordenou uma intimação nos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de ação sobre liberdade de expressão movida pela Trump Media. Até o fechamento desta edição, não há registro de cessação das medidas ou de retratação por parte da administração americana.