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Ensaios clínicos estendem vida de pacientes com câncer: “Me deram um ano, já são 14”

Pacientes contam histórias de esperança

A costureira Jocy Silva, 41 anos, descobriu um câncer de mama com metástase no pulmão e aceitou participar de um estudo clínico que combinava quimioterapia e terapia-alvo. Três anos depois, os nódulos praticamente desapareceram, e ela reconhece que o protocolo foi a melhor oportunidade de tratamento da sua vida.

A professora Francisca Iraci, 52 anos, ingressou em outro protocolo experimental em 2013, após diagnóstico de metástase óssea. Recebeu a combinação de trastuzumabe e pertuzumab antes da aprovação nacional e já supera em 14 vezes a expectativa inicial de sobrevida. Hoje, ela vive com qualidade, dança forró e viaja sem restrições.

Entenda as fases de um estudo clínico

Pesquisas clínicas avançam em etapas, cada uma com objetivos claros:

Fase Objetivo Número de participantes
1 Determinar dose segura e identificar efeitos colaterais De 20 a 80 pacientes
2 Avaliar eficácia e monitorar reações Até 200 pacientes
3 Comparar novo tratamento ao padrão de mercado Centenas a milhares de pacientes
4 Monitoramento de longo prazo após aprovação Uso comercial amplo

Randomização e ética

A maioria dos protocolos é “duplo-cego e randomizada”.

  • Participantes são sorteados para receber o tratamento padrão ou o novo medicamento.
  • Nem médicos nem pacientes sabem quem está em cada grupo, garantindo resultados imparciais.
  • Caso haja diferença clara de eficácia, o protocolo pode redirecionar todos para o tratamento mais eficaz.

Custos, regulamentação e acesso

Nenhum paciente arca com despesas de medicamentos, exames ou hospedagem. O patrocinador — geralmente indústria farmacêutica — cobre todos os custos, atendendo à legislação brasileira. Em 2023, a nova Lei das Pesquisas Clínicas acelerou aprovações e trouxe segurança jurídica para centros de pesquisa.

Participação e impacto no SUS

Oncologistas de centros de referência são a principal porta de entrada, mas pacientes também podem buscar estudos em plataformas como REBEC e . A inclusão de usuários do SUS em protocolos alivia o sistema público, amplia acesso a tecnologias de ponta e reforça a pesquisa com dados locais.

Nem sempre é cura — mas oferece esperança

Pesquisas clínicas não garantem sucesso, como mostra o caso da cantora Preta Gil, que faleceu mesmo após participar de um estudo nos EUA. Especialistas ressaltam que cada resposta terapêutica é individual, mas a ciência avança justamente a partir dessas observações.

Para Jocy e Francisca, os ensaios clínicos transformaram o prognóstico e abriram caminho para uma nova vida. A experiência delas revela que, para muitos pacientes, os protocolos experimentais significam bem mais do que tratamentos — representam uma chance real de prolongar a vida com qualidade.

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