A Justiça de São Paulo rejeitou nesta terça-feira (19) o pedido de Hytalo Santos e do marido dele, Israel Vicente, para serem levados do CDP de Pinheiros ao presídio de Tremembé e, em vez disso, determinou a transferência do casal de influenciadores digitais para uma unidade prisional na Paraíba. O juiz Hélio Narvaez solicitou ainda que a Secretaria da Administração Penitenciária forneça informações sobre a remoção em até cinco dias.
A defesa havia argumentado que a P2 de Tremembé, conhecida por abrigar detentos famosos, seria mais adequada às condições pessoais do casal — que é homoafetivo — e ofereceria maior segurança até o deslocamento definitivo ao estado nordestino, onde ambos são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração sexual de crianças e tráfico humano em vídeos para redes sociais.
Hytalo e Israel foram presos na sexta-feira (15) em Carapicuíba, na Grande São Paulo, em cumprimento a mandados preventivos expedidos pela Justiça da Paraíba. Até as 15h desta terça-feira, eles permaneciam no CDP 1 de Pinheiros, que está com 350 presos além de sua capacidade de 521 detentos.
O juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara de Bayeux (PB), determinou que a transferência para a Paraíba ocorra o mais rápido possível. No sábado (16), a Justiça paraibana negou pedido de liberdade ao casal, preso após a repercussão de um vídeo de 50 minutos publicado pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira (Felca), que expôs a suposta “adultização” de menores em festas e conteúdos eróticos produzidos na mansão de Hytalo na Paraíba.
Em resposta, o advogado Felipe Cassimiro classificou a prisão de seus clientes como “ilegal”. Felca afirma ter recebido ameaças de morte após as denúncias; a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que somente a própria vítima pode registrar ocorrência para investigação. A Justiça paulista determinou também que o Google quebre o sigilo da conta que enviou as ameaças ao influenciador.
A apuração do MP-PB começou em 2024 e é conduzida em Bayeux pela promotora Ana Maria França, após denúncias de vizinhos sobre topless e consumo de álcool por adolescentes na mansão de Hytalo. Em João Pessoa, o promotor João Arlindo investiga a possível emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, negociados pelo influenciador; o relatório final do inquérito sai na próxima semana. Hytalo nega todas as acusações.
Emancipação é o ato que confere a um menor de 16 a 18 anos capacidade civil plena, permitindo-lhe assinar contratos e praticar atos da vida civil como se fosse maior de idade.
