A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mobilizou autoridades reguladoras de países como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça, Canadá e Austrália para acelerar a importação do fomepizol, antídoto de referência no tratamento de intoxicação por metanol, ainda indisponível no mercado brasileiro.
O remédio age bloqueando a conversão do metanol em metabólitos tóxicos que causam danos ao sistema nervoso e ao fígado. Sem ele, hospitais recorrem ao etanol farmacêutico, opção menos segura e eficaz, enquanto aguardam a chegada do produto adequado.
Para garantir fornecimento imediato, a Anvisa também lançou um chamamento internacional em busca de fabricantes e distribuidores com estoque disponível. A medida atende a pedido de urgência do Ministério da Saúde, diante do aumento de casos de envenenamento por bebidas adulteradas com metanol.
O órgão federal acionou ainda três laboratórios de referência — Lacen/DF, Laboratório Municipal de São Paulo e INCQS/Fiocruz — para analisar amostras suspeitas. As vigilâncias sanitárias estaduais e municipais iniciaram fiscalizações em campo, em parceria com a Anvisa e o Ministério da Agricultura.
Enquanto o antídoto não chega, a população deve ligar imediatamente para o Disque-Intoxicação (0800-722-6001) ao notar sintomas como visão turva, náuseas, tontura ou dificuldade respiratória após ingestão de bebida alcoólica.
O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e combustíveis, proibido em bebidas humanas. Por não apresentar cor, cheiro ou sabor distintos, pode ser misturado ilícita e imperceptivelmente, causando intoxicações graves, cegueira irreversível e morte.