A direção nacional do União Brasil abriu na terça‑feira (30) um processo disciplinar contra o ministro do Turismo, Celso Sabino, por descumprimento de orientações partidárias e pela não entrega de cargos no governo federal, medida que pode resultar na sua expulsão da sigla. A legenda estabeleceu prazo até 19 de setembro para que filiados deixassem posições na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o partido classifica o descumprimento como infidelidade partidária, passível de punição interna.
Sabino permaneceu no cargo mesmo após o vencimento do prazo e tentou negociar uma permanência; anunciou uma demissão que não se consolidou e seguiu acompanhando agendas presidenciais, inclusive na COP30 em Belém. Uma denúncia sobre sua conduta foi protocolada na direção do partido em 29 de setembro, e o processo foi instaurado no dia seguinte sob relatoria do deputado Fábio Schiochet (União‑SC), presidente do Conselho de Ética da Câmara.
O ministro terá prazo para apresentar defesa até a próxima segunda‑feira (6). Após a defesa, Schiochet deverá elaborar parecer recomendando expulsão ou absolvição; a tendência apontada por dirigentes é pela expulsão. A decisão final sobre eventual penalização depende de aprovação por três quintos da direção nacional do União Brasil.
Sabino já enfrentou procedimento disciplinar em 2020 quando era do PSDB, mas deixou o partido com autorização judicial em 2021. Ele foi eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022 e se licenciou do mandato para assumir o ministério. Pela jurisprudência do TSE, uma expulsão partidária não causaria perda automática do mandato parlamentar, e o ministro poderia filiar‑se a outra legenda.
No pronunciamento público mais recente, Sabino afirmou lealdade ao presidente Lula e recusou afastamento por determinações partidárias. Aliados relatam que ele deseja continuar à frente da pasta e que vê o cargo como plataforma para uma possível candidatura ao Senado em 2026.
