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Dois anos após ataque do Hamas, cessar-fogo em Gaza enfrenta impasses

Hoje completa dois anos do ataque coordenado do Hamas a Israel, que em 7 de outubro de 2023 deixou mais de 1.200 mortos e 251 reféns, e reacende a busca por um cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza. A proposta de 20 pontos apresentada pelos Estados Unidos, que inclui desarmamento do Hamas, liberação de todos os reféns em 72 horas e criação de um “Conselho da Paz” para governar Gaza sob supervisão internacional, trouxe nova esperança, mas ainda enfrenta resistências de ambos os lados.

A ofensiva israelense desencadeada em resposta ao ataque do Hamas resultou em destruição generalizada em Gaza, com cidades reduzidas a escombros e uma crise humanitária que, segundo o ministério da Saúde local, já causou mais de 60 mil mortes. Apesar das repetidas tentativas de trégua em 2023 e no início deste ano, nenhum acordo se manteve estável por mais de algumas semanas.

Embora o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenha aprovado o plano norte-americano, ele condiciona o apoio à rejeição de qualquer avanço rumo à criação de um Estado palestino, opção prevista de modo condicionado na proposta de Washington. O Hamas, por sua vez, concordou em libertar reféns e transferir o governo de Gaza a um órgão independente, mas ainda não estabeleceu um cronograma claro para depor armas.

Delegações de Israel e Hamas iniciaram na segunda-feira (6) a primeira rodada de negociações no Egito, com mediação de EUA e Catar, e retornam hoje para dar continuidade às conversas. Apesar do apelo de Donald Trump para suspensão dos ataques durante as negociações, bombardeios foram registrados no fim de semana, ainda que em menor intensidade.

Especialistas ouvidos pela Reuters alertam que o plano de Trump é apenas o ponto de partida para um cessar-fogo duradouro, não uma garantia de fim imediato do conflito. Com impasses sobre retirada de tropas, formação do novo governo em Gaza e reconhecimento futuro de um Estado palestino, não há prazo definido para encerrar a guerra.

Enquanto isso, protestos pró-Palestina ganharam ruas de cidades europeias como Amsterdã, Madri e Roma, enquanto em Israel haverá atos de lembrança das vítimas em Re’im, onde 360 pessoas foram mortas durante o ataque a um festival de música. A proposta de trégua permanece viva, mas moradores de Gaza relatam ceticismo diante da continuidade dos combates e clamam por uma solução urgente.

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