Ghenyffer Lowrrany Fernandes, 26 anos, denunciou negligência no atendimento à mãe após perder o pai e a mãe em um intervalo de minutos em Corumbá de Goiás, há cerca de 1 ano e 5 meses, e registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Segundo a jovem, o pai, Genismar Fernandes, conhecido como “Graia”, sofreu um ataque cardíaco; ao ver o marido desmaiar, a mãe, Cleonice Coelho Furtado de Sousa, de 53 anos, passou mal e foi levada à unidade de saúde por volta das 2h24.
Ghenyffer afirma que a mãe chegou consciente e caminhando com auxílio dos filhos, mesmo apresentando histórico de doença renal crônica, diabetes e hipertensão, mas que não recebeu atendimento imediato. Conforme relatado no boletim, o médico de plantão teria se afastado após breve conversa, enfermeiros se ausentaram e o socorro inicial precisou ser prestado por um acompanhante de outro paciente. Momentos depois, Cleonice teria entrado em parada cardiorrespiratória; a filha diz ter pedido insistentemente intervenção médica, mas que o profissional limitou‑se a observar a situação. A paciente morreu na unidade segurando a mão da filha.
A família obteve imagens de circuito interno que mostram Cleonice entrando no hospital amparada pelos filhos e sendo levada até um quarto antes do óbito. No dia seguinte, Ghenyffer relata que os corpos dos pais teriam sido colocados lado a lado em uma sala, expostos a comentários de funcionários, e que fotos teriam circulado na internet, informação que ela não chegou a confirmar pessoalmente.
A jovem também aponta irregularidades no prontuário médico: segundo ela, o documento não foi preenchido pelo médico que atendeu a mãe, mas por terceiros, e só lhe foi disponibilizado cerca de 30 dias depois do ocorrido. A Polícia Civil investiga possível omissão de socorro e demais circunstâncias do caso; a apuração segue com entrevistas e análise de provas para identificar responsabilidades.
