O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), em Goiânia, alertou para a necessidade de intensificar os cuidados contra a dengue com a chegada do período chuvoso, quando aumentam as condições para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
Segundo a Secretaria da Saúde de Goiás, até a semana epidemiológica 45 (2 a 8 de novembro) foram confirmados 88.716 casos de dengue em Goiás em 2025, número que representa queda em relação aos anos anteriores. Na unidade gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), as notificações também caíram: 253 casos em 2025 ante 373 no mesmo período de 2024, redução de cerca de 32,2%; em 2024 a unidade registrou 408 notificações no ano.
Os registros do HDT detalham que, neste ano, foram contabilizados 63 casos de dengue sem sinais de alarme, 143 com sinais de alarme, 8 graves e 39 descartados, todos inferiores aos números de 2024. Apesar da redução, a infectologista pediátrica Roberta Rassi alerta que a queda não autoriza relaxamento das medidas preventivas: “Os números caíram, mas isso não significa que devemos relaxar. A chegada das chuvas cria condições ideais para o mosquito se multiplicar. Mesmo durante a seca tivemos casos, então é fundamental manter as medidas preventivas o ano todo.”
Entre as recomendações para evitar a proliferação do vetor estão:
- Eliminar criadouros: evitar água parada em vasos, pneus, garrafas e recipientes;
- Manter reservatórios tampados: caixas d’água, tonéis e similares;
- Descartar corretamente o lixo e evitar acúmulo de entulho;
- Limpar calhas, ralos e bandejas de ar‑condicionado com frequência;
- Usar repelentes e instalar telas em portas e janelas.
A infectologista também destaca a importância da vacinação, que reduz significativamente as formas graves e internações; no sistema público a vacina está disponível para pessoas de 6 a 16 anos, e na rede privada pode ser encontrada para indivíduos de 4 a 59 anos.
Os sintomas mais comuns da dengue incluem febre, cefaleia, dores no corpo, náuseas, vômitos e manchas na pele; crianças e idosos podem apresentar sinais inespecíficos e qualquer suspeita deve ser avaliada por profissional de saúde. O tratamento baseia‑se em hidratação e controle dos sintomas; anti‑inflamatórios e medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) são contraindicados por aumentar o risco de sangramentos.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos (DENV‑1 a DENV‑4), e a infecção por um deles gera imunidade apenas para aquele tipo, o que permite a possibilidade de novas infecções ao longo da vida. Manter a atenção e adotar medidas simples de prevenção é essencial e exige responsabilidade coletiva, conclui Roberta Rassi.